Em março de 2018, a assessoria de Gilmar enviou nota para a imprensa referente à Operação 'Poseidon', que investigou desvio de verba pública, e citou o atual prefeito. Odelmo entrou com ação de calúnia e pedido de indenização por dano moral.
O ex-prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado, do PT, publicou uma retratação pública no Facebook nesta quarta-feira (7) após uma audiência de conciliação entre ele e o atual prefeito, Odelmo Leão, do PP.
A audiência foi referente a uma ação de calúnia que Odelmo Leão impetrou em março deste ano contra Machado, após um posicionamento dele referente à Operação ''Poseidon''.
No dia 1º de março, o G1 e o MGTV 2ª edição divulgaram uma nota da assessoria de comunicação de Gilmar Machado referente aos resultados da operação que apurou desvios de recursos públicos no Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae).
O texto enviado pela equipe de Gilmar dizia: "o ex-prefeito ressalta que não compactua com as irregularidades, entre elas desvio de dinheiro público, cometidas por Odelmo Leão". Na época, a defesa de Odelmo Leão alegou que a nota teria conteúdo ofensivo, denegria a honra e moral do prefeito, além de ter sido caluniosa.
Nesta terça-feira (6) foi realizada audiência de conciliação sobre o caso, quando o acordo ocorreu. Nele, consta que Gilmar tem de fazer uma postagem pública da retratação em rede social por pelo menos sete dias. Além disso, segundo a defesa de Odelmo, foi feito um pedido de desculpas pessoal e o processo sobre calúnia foi extinto.
Além da ação referente à calúnia, o caso também gerou um pedido de indenização em dinheiro por dano moral. De acordo com Gabriel Massote, advogado de defesa de Odelmo Leão, o processo sobre a solicitação de cerca de R$ 38 mil contra o atual prefeito ainda não foi julgado e segue aguardando trâmite judicial.
A reportagem voltou a entrar em contato nesta quarta-feira para saber se Machado gostaria de comentar a decisão da Justiça, mas a assessoria de comunicação do ex-prefeito informou que não vai mais se manifestar sobre o caso.
A operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denominada Poseidon investigou desvios de recursos públicos no Departamento Municipal de Água e Esgoto entre 2009 e 2012 - gestão de Odelmo Leão - e prendeu alguns diretores e ex-diretores da autarquia.
Durante a operação, o MPMG informou que investigava outros indícios de fraudes em contratos de obras celebrados pelo Dmae. Na ocasião, os promotores contaram que verificam a existência de um seguro de obras do Dmae na gestão do Gilmar Machado - entre 2012 e 2016 - e que apuravam se o seguro foi acionado. Gilmar e Odelmo não são alvos da operação.
A divulgação da operação foi dada pelo G1 e MGTV 2ª edição no dia 1º de março de 2018. Em resposta a estes veículos, a assessoria de comunicação de Gilmar Machado encaminhou a nota que gerou a ação de calúnia impetrada por Odelmo.
No entanto, dois dias depois de enviada, no dia 3 de março, a assessoria de imprensa do ex-prefeito mandou um novo texto ao MGTV pedindo retificação e, no dia 13 de março enviou ao G1 fazendo a mesma solicitação. Nodia 14 de março, o G1 Triângulo publicou a nota retificada que na íntegra dizia:
"O seguro foi acionado após auditoria interna da autarquia, porém o mesmo não foi pago e por esse motivo o Dmae entrou com uma ação contra a seguradora para recebê-lo. O processo está em andamento e aguarda julgamento. O ex-prefeito ressalta que não compactua com as irregularidades, entre elas desvio de dinheiro público, cometidas durante a gestão de Odelmo Leão e informa que todos os procedimentos legais que cabiam a sua gestão foram realizados a fim de que fossem identificados e punidos os culpados pelos crimes cometidos contra o município."
Matéria publicada pelo site G1 na data 07/11/2018.