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Vereador de Uberlândia preso em operação do Gaeco recebe alta de hospital após passar mal

Wilson Pinheiro (PP) deu entrada no Hospital Santa Genoveva na tarde desta quarta-feira (30). Ele é alvo de investigação da Operação "Poderoso Chefão" e cumpre prisão domiciliar.

O vereador de Uberlândia Wilson Pinheiro (PP), preso na Operação "Poderoso Chefão", recebeu alta do Hospital Santa Genoveva na noite desta quarta-feira (30). Ele foi hospitalizado no mesmo dia durante a tarde, após passar mal, para realização de exames.

A informação foi confirmada ao G1 na manhã desta quinta-feira (31) pela assessoria de comunicação da unidade privada de saúde, que disse também que ele foi liberado após ter estado de saúde considerado estável.

Nesta quarta-feira, a esposa dele, Luciana Pinheiro, já havia dito à reportagem da TV Integração que ele foi internado com suspeita de princípio de infarto, mas a unidade não deu detalhes sobre esta questão.

Prisão

Wilson Pinheiro cumpre prisão domiciliar desde a noite da última sexta-feira (25), concedida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), já que o vereador ainda se recupera de um procedimento cirúrgico. Ele também teve o mandato e o salário suspensos pela Câmara de Uberlândia.

O político foi preso pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Uberlândia. A ação investiga uma organização criminosa que atua no desvio de recursos públicos vindos de contratos de prestação de serviço público municipal de transporte de alunos.

Entenda o 'Poderoso Chefão'

Segundo o MPMG, a Operação “Poderoso Chefão”, deflagrada pelo Gaeco na última sexta (25), investiga uma organização criminosa que atua no desvio de recursos públicos vindos de contratos de prestação de serviço público municipal de transporte de alunos.

O Gaeco apura crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro por dirigentes e empresas com ligação à Cooperativa dos Transportadores de Passageiros e Cargas (Coopass) e à ATP, prestadoras de serviço de transporte escolar à Prefeitura.

Segundo investigações, a quadrilha lavava dinheiro por meio de laranjas e diversas empresas que estavam em nomes de dirigentes da Coopass e da ATP.

O esquema contemplava falsificação de documentos e adulteração de quilometragem percorrida pelos veículos para que fosse feito o repasse dos valores superfaturados à ATP.

Em 2015, a Câmara de Uberlândia chegou a criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as irregularidades constatadas. Na época, a CPI foi presidida pelo vereador Wilson Pinheiro, e Alexandre Nogueira era o presidente da Casa.

De acordo com o Gaeco, a CPI teria sido utilizada pelos vereadores investigados para pressionar o então prefeito Gilmar Machado (PT) a contratar a ATP, que foi fundada pelo mesmo grupo responsável pela Coopass e ligada aos vereadores Alexandre Nogueira e Juliano Modesto.

No dia 30 de outubro de 2019, o ex-vereador e atual secretário Municipal de Obras, Norberto Nunes, disse à TV Integração que a CPI foi criada para verificar o contrato do Município com a MTGO, que era contratada na gestão passada para realizar o transporte dos estudantes.

Prisões

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e determinado o sequestro de bens e valores dos investigados no limite de R$ 7 milhões.

O vereador Wilson Pinheiro foi preso durante a manhã de sexta (25) e teve a prisão domiciliar no início da noite pois o legislador ainda se recupera de procedimento cirúrgico.

Já o vereador Alexandre Nogueira se apresentou à polícia no início da tarde de sexta e está no Presídio Jacy de Assis. Conforme o Gaeco, o nome desta operação é uma referência ao chefe da organização, que seria, de acordo com as investigações, o vereador Alexandre Nogueira.

Foi cumprido também mandado contra Adeilson Barbosa Soares, que já exerceu o cargo de Controlador Geral da Câmara Municipal.

Matéria publicada na data 31/10/2019 no site G1.