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Vereador de Uberlândia preso na Operação 'Poderoso Chefão' tem habeas corpus negado pela Justiça

Pedido requerendo soltura foi para Alexandre Nogueira, que teve mandato político suspenso, assim como Wilson Pinheiro e Juliano Modesto, todos investigados e presos em operações do Gaeco.

A Justiça negou um pedido de liminar de habeas corpus para Alexandre Nogueira (PSD), preso na Operação "Poderoso Chefão", que foi comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Uberlândia. A solicitação de soltura foi feita nesta segunda-feira (4), pela defesa do parlamentar. Com isso, ele segue no Presídio Jacy de Assis.

Agora, a defesa aguarda a decisão de recurso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que deve ocorrer nos próximos dez dias, segundo a reportagem do MG1.

O vereador se apresentou à polícia no dia 25 do mês de outubro. Contra ele, havia um mandado de prisão por suposto envolvimento em desvio de recursos públicos de contratos de prestação de serviço municipal de transporte de alunos em 2017. (Veja esquema abaixo)

Com três vereadores presos, Câmara de Uberlândia realiza a primeira sessão de novembro

Câmara

Câmara de Uberlândia suspendeu no dia 25 de outubro o mandato dos três vereadores presos nas operações "Poderoso Chefão" e "Torre de Babel": além de Alexandre Nogueira, os investigados e detidos são os políticos Wilson Pinheiro (PP) e Juliano Modesto (SD).

Wilson Pinheiro está em prisão domiciliar, após se recuperar de procedimento cirúrgico. Ele utiliza tornozeleira eletrônica e não pode sair do perímetro da residência.

Já Juliano Modesto, após ficar foragido da Justiça por cinco dias, se entregou e se encontra no Presídio Jacy de Assis. No dia 18 de outubro, o político foi suspenso do partido.

'Poderoso Chefão'

Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Operação “Poderoso Chefão”, deflagrada pelo Gaeco em 25 de outubro, investiga uma organização criminosa que atua no desvio de recursos públicos vindos de contratos de prestação de serviço público municipal de transporte de alunos.

O Gaeco apura crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro por dirigentes e empresas com ligação à Cooperativa dos Transportadores de Passageiros e Cargas (Coopass) e à ATP, prestadoras de serviço de transporte escolar à Prefeitura.

Segundo investigações, a quadrilha lavava dinheiro por meio de laranjas e diversas empresas que estavam em nomes de dirigentes da Coopass e da ATP.

O esquema contemplava falsificação de documentos e adulteração de quilometragem percorrida pelos veículos para que fosse feito o repasse dos valores superfaturados à ATP.

Em 2015, a Câmara de Uberlândia chegou a criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as irregularidades constatadas. Na época, a CPI foi presidida pelo vereador Wilson Pinheiro, e Alexandre Nogueira era o presidente da Casa.

De acordo com o Gaeco, a CPI teria sido utilizada pelos vereadores investigados para pressionar o então prefeito Gilmar Machado (PT) a contratar a ATP, que foi fundada pelo mesmo grupo responsável pela Coopass e ligada aos vereadores Alexandre Nogueira e Juliano Modesto.

No dia 30 de outubro de 2019, o ex-vereador e atual secretário Municipal de Obras, Norberto Nunes, disse à TV Integração que a CPI foi criada para verificar o contrato do Município com a MTGO, que era contratada na gestão passada para realizar o transporte dos estudantes.

Matéria publicada na data 05/11/2019 no site G1.