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Vereadores procuram o MP para dar depoimento sobre contratação de escritório na época da CPI das Vans em Uberlândia

Adriano Zago (MDB) e Michele Bretas (Avante) procuram promotor para poderem falar espontaneamente sobre o assunto, que é alvo de investigações. Três parlamentares foram presos e afastados da Casa.

Os vereadores Adriano Zago (MDB) e Michele Bretas (Avante) procuraram o Ministério Público Estadual (MPE) na última segunda-feira (18), em Uberlândia, para serem ouvidos pelo promotor de Justiça, Daniel Marotta.

Segundo eles, a decisão foi espontânea e teve como motivação o contexto das investigações realizadas pelo Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nas operações "Poderoso Chefão" e "Torre de Babel", que envolvem, dentre outros, um esquema de corrupção no transporte escolar do município.

G1 conversou nesta quarta-feira (20) com Zago. Ele contou que o vereador Wilson Pinheiro (PP), que está em prisão domiciliar, contratou irregularmente um escritório de advocacia para acompanhar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Vans, do qual Zago e Brettas eram membros.

Conforme o vereador, os dois foram ao MPE justamente contestar a informação de Wilson Pinheiro de que todos os membros foram favoráveis à contratação da empresa à época.

É bom deixar claro que fomos atrás do MP como testemunhas para esclarecimentos de forma espontânea. Quem não deve não teme. Tenho a documentação e provas de que renunciei, com isenção, à condição de membro e não concordei com o contrato, ao contrário do que foi dito”, esclareceu.

A CPI foi criada em 2015 para investigar possíveis irregularidades no processo de licitação da empresa que fazia o transporte de alunos da cidade. A intenção era investigar possíveis crimes cometidos neste período.

Esquema

Recentemente, o esquema fraudulento de 2017, que envolvia transporte escolar em Uberlândia, foi alvo de investigação em operações que terminaram na prisão dos vereadores Alexandre Nogueira (PSD) e Juliano Modesto (Solidariedade), além de Wilson Pinheiro. Os três tiveram mandatos suspensos pela Casa.

Contratação do escritório

No curso das investigações, o MPE apurou que uma contração foi feita com dispensa de licitação e com contrato de R$ 170 mil, sendo que a Câmara de Uberlândia poderia absorver os procuradores da Casa para executar os serviços.

Sobre isso, Zago reforçou que não foi consultado nem como membro da CPI ou como membro da mesa diretora, mesmo sendo vice-presidente da Casa.

Zago acrescentou que, quando tomou conhecimento da contratação, pediu cópia do processo e não foi atendido. Ele informou que a contratação do escritório foi publicada no dia 2 de setembro de 2015, no jornal O Legislativo e, na manhã seguinte, o parlamentar pediu que fosse reconsiderada.

G1 não conseguiu contato com a vereadora Michele Bretas (Avante). No entanto, Zago adiantou que os dois foram ao MPE com o mesmo objetivo e que ela não foi avisada da contratação do escritório, mesmo sendo a autora da Comissão.

Oitivas

O MPE segue com as oitivas referentes às investigações das operações citadas. Atuais e ex-vereadores, ex-secretários, ex e atuais servidores, além de laranjas, são ouvidos pelos promotores. Os investigados que foram presos, inclusive, continuam a prestar depoimentos.

No dia 13 de novembro, Wilson Pinheiro e o ex-prefeito Gilmar Machado (PT) foram ouvidos pelo promotor Daniel Marotta sobre as irregularidades verificadas no transporte escolar do Município, que resultaram nas operações "Kms de Vantagens" e "Poderoso Chefão".

Matéria publicada pelo site G1 na data 20/11/2019.