O vereador Ismar Prado (PMB) e o ex-parlamentar Willian Alvorada fizeram acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), nesta quinta-feira (21), depois de prestarem depoimentos para as investigações da Operação "Poderoso Chefão" em Uberlândia.
Conforme o promotor Daniel Marotta, eles admitiram que usaram notas fiscais faltas emitidas por uma empresa de fachada para destinar verbas indenizatórias, que não houve a prestação de serviços e que o dinheiro foi desviado.
No acordo, os dois devem realizar o ressarcimento integral dos valores desviados aos cofres da Câmara de Uberlândia. Além disso, ficou acordado a renúncia de Ismar Prado ao cargo de vereador.
"Em razão da incompatibilidade total do exercício do cargo de vereador com a prática de crimes no exercício da vereança, com desvio de recursos públicos, Ismar Prado concordou em renunciar ao cargo, afirmando, inclusive, que já vinha pensando em fazer", explicou Marotta.
De acordo com o promotor, Ismar Prado informou em depoimento que, em razão de dívidas cobradas por agiotas e ameaças, acabou fazendo uso da empresa de fachada para poder desviar dinheiro público. Já William Alvorada disse que, como não foi reeleito e tinha dívidas de campanha, desviou os valores nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2016 para saldar dívidas de campanha.
Segundo Marotta, Ismar Prado deve devolver à Câmra R$ 130 mil e Willian Alvorada R$ 34 mil, valores já atualizados.
O presidente da Câmara, Hélio Ferraz Baiano (PSDB), não confirmou se houve o comunicado do vereador à Casa quanto a renúncia.
Conforme o vereador, os dois foram ao MPMG justamente contestar a informação de Wilson Pinheiro de que todos os membros foram favoráveis à contratação da empresa à época.
“É bom deixar claro que fomos atrás do MP como testemunhas para esclarecimentos de forma espontânea. Quem não deve não teme. Tenho a documentação e provas de que renunciei, com isenção, à condição de membro e não concordei com o contrato, ao contrário do que foi dito”, esclareceu.
A CPI foi criada em 2015 para investigar possíveis irregularidades no processo de licitação da empresa que fazia o transporte de alunos da cidade. A intenção era investigar possíveis crimes cometidos neste período.
Matéria publicada pelo site G1 na data 21/11/2019.