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Oposição pede posse de suplentes de Alexandre Nogueira e Wilson Pinheiro em Uberlândia

Presidente da Câmara diz que vai avaliar situação após parecer jurídico. Políticos foram presos durante a Operação "Poderoso Chefão" há mais de 30 dias.

Oito vereadores da bancada da oposição em Uberlândia protocolaram junto à mesa diretora da Casa um memorando para que o presidente Hélio Ferraz, o Baiano (PSDB), convoque o mais rápido possível os suplentes de Alexandre Nogueira (SD) e Wilson Pinheiro (PP), presos pela Operação "Poderoso Chefão" há mais de 30 dias, que é o prazo regimental base para nomeação de suplência.

Um ofício semelhante também foi enviado à promotoria do Ministério Público Estadual (MPE) aos cuidados do promotor que coordena o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Daniel Marotta.

Nesta segunda-feira (25), Baiano deu previsão de posse para os dias 4 ou 5 de dezembro, o que ultrapassa o prazo. Ele argumentou que, além dos 30 dias, o regimento interno também leva em conta a ausência em sessões na Casa e é necessário que completem pelo menos dez sessões em dias úteis, o que ainda não ocorreu, conforme o presidente da Casa.

Questionamento

Líder da oposição, o vereador Thiago Fernandes (PRP) questionou no mesmo dia o alongamento do prazo inicial e disse que espera que a Casa não utilize manobras para adiar o que já está previsto em lei.

A oposição afirma que, como o prazo de 30 dias já venceu, as posses devem ser antecipadas o quanto antes. Sobre o documento, Baiano disse que já recebeu o ofício, que encaminhou à Procuradoria da Casa e que irá se manifestar após receber parecer jurídico.

Gaeco

Documento similar também foi enviado ao Ministério Público Estadual (MPE), especificamente ao promotor de Justiça que coordena o Gaeco, Daniel Marotta.

Assinado pelos vereadores Thiago Fernandes e Adriano Zago (MDB), o ofício pede à promotoria que intervenha para que a Casa cumpra o prazo de 30 dias após prisão, que já expirou, e nomeie suplência.

Novos vereadores

Dois suplentes se tornaram vereadores em novembro na cidade. O advogado Marcelo Mendes Cunha (PPL) tomou posse na manhã desta terça-feira (26), na Câmara Municipal, no lugar do político Ismar Prado (PMB), envolvido em investigações da Operação "Poderoso Chefão". Prado fez acordos com a Justiça e decidiu renunciar na última sexta-feira (22).

Já no dia 13 de novembro, Walquir Amaral entrou no quadro de vereadores da Casa como suplente de Juliano Modesto, depois que venceu o prazo de 30 dias de afastamento por prisão.

Acordos de Ismar e William Alvorada

Além de Ismar Prado (PMB), o ex-parlamentar William Alvorada também fez acordo com o MPMG depois de prestar depoimentos para as investigações da Operação "Poderoso Chefão" em Uberlândia.

Conforme o promotor Daniel Marotta, ambos admitiram que usaram notas fiscais faltas emitidas por uma empresa de fachada para destinar verbas indenizatórias, que não houve a prestação de serviços e que o dinheiro foi desviado.

De acordo com o promotor, Ismar Prado informou em depoimento que, em razão de dívidas cobradas por agiotas e ameaças, acabou fazendo uso da empresa de fachada para poder desviar dinheiro público.

Já William Alvorada disse que, como não foi reeleito e tinha dívidas de campanha, desviou os valores nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2016 para saldar dívidas de campanha. Segundo Marotta, Ismar Prado deve devolver à Câmara R$ 130 mil e Willian Alvorada R$ 34 mil, valores já atualizados.

Prisões de Modesto e Nogueira

Os vereadores Juliano Modesto (SD) e Alexandre Nogueira (PSD), que estão presos, também são investigados no esquema de desvio verbas indenizatórias. Os dois juntos destinaram cerca de R$ 500 mil à empresa Ideal Assessoria e Serviços Ltda, de serviços gráficos e publicidade.

Segundo apurações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a gráfica recebia aportes de verba indenizatória que voltavam, via laranjas, para vereadores envolvidos no esquema. Além disso, o endereço da empresa é exatamente o mesmo das cooperativas de transporte de passageiros (Coopass e ATP) investigadas pelo Gaeco.

 

Matéria publicada pelo site G1 na data 26/11/2019.