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Vereadores de Uberlândia aprovam abertura de comissão processante para cassação de Juliano Modesto e Wilson Pinheiro

Votação ocorreu em sessão desta segunda-feira (9) na Câmara; veja resultados e membros das comissões. Presidente da Casa comentou a votação.

 

Mais dois vereadores que estão afastados da Câmara de Uberlândia tiveram, nesta segunda-feira (9), abertura de processo de cassação de mandato. Durante a sessão, os parlamentares aprovaram, em maioria, a formação da comissão processante contra Juliano Modesto (SD) e Wilson Pinheiro (PP), ambos presos na Operação "O Poderoso Chefão". As votações ocorreram de forma separadas. (Veja resultado).

Na última quinta-feira (5), outro vereador envolvido na operação, Alexandre Nogueira (PSD), teve o pedido de abertura de processo aceito. Já o vereador Márcio Nobre (PSD), cuja cassação também foi votada no mesmo dia, mas não é investigado neste caso, teve o pedido rejeitado pela maioria.

Veja abaixo os pedidos de cassação

Juliano Modesto

Dos 26 vereadores que votaram, 24 votos foram a favor da cassação de Modesto e houve duas abstenções. A comissão especial para dar sequência ao rito foi formada por Roger Dantas (Patriota), Ricardo Soares (PP) e Antônio Carrijo (PSD).

Modesto está detido no presídio Jacy de Assis desde o dia 15 de outubro. Ele é investigado por suposto envolvimento em um esquema fraudulento que envolve desvios no transporte escolar na cidade.

Wilson Pinheiro

Já a votação de cassação de Wilson Pinheiro foi acirrada. Foram 13 votos a favor da abertura da cassação, 11 contra e duas abstenções. A comissão foi formada por Michele Bretas (Avante), Flávia Carvalho (PDT) e Ceará (PSC).

Pinheiro está em prisão domiciliar desde 25 de outubro, também investigado por suposta atuação no desvio de recursos públicos vindos de contratos de prestação de serviço público municipal de transporte de alunos.

Rito

Agora, a equipe formada tem cinco dias para notificar a denúncia à Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Depois da notificação, a defesa tem dez dias para apresentar recurso e peça de argumentação. Em seguida, a comissão tem 90 dias para analisar os dois lados e, por fim, dar o parecer.

Baiano

Em entrevista ao MG1 nesta segunda-feira, o presidente da Câmara, vereador Hélio Ferraz, o Baiano (PSDB), que não vota nestes casos, falou sobre os resultados e reafirmou o compromisso da Casa em cumprir o regimento interno e obedecer ordens judiciais.

"Nós estamos preparados para qualquer situação. Temos que ter tranquilidade em manter equilíbrio em nome poder Legislativo para voltar à normalidade e resolver os trabalhos voltados à população. Cumprimos nosso papel, sendo parceiros da Justiça e da verdade, combatendo situações em que haja prejuízo à cidade", afirmou o presidente da Câmara.

Especificamente sobre Pinheiro, após possíveis habeas corpus, Baiano disse que continuará atendendo apenas a ordens judiciais e que, enquanto não houver notificação, o Sargento Ednaldo (PP) segue normalmente os trabalhos na Casa.

Câmara

Atualmente, o Legislativo vive período de abalos institucionais, com a saída recente de quatro vereadores investigados em operações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Três deles estão presos.

Quatro novos parlamentares foram empossados entre novembro e dezembro. Sendo que um deles, Marcelo Cunha, também é investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE). No mês passado, promotores estiveram na Casa algumas vezes para solicitar documentos e se reunir com a presidência.

 

Matéria publicada no site G1, na data 09/12/2019.