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Seis vereadores já foram ouvidos pelo Gaeco sobre o suposto desvio de verbas

Vilmar Resende, vice-presidente da Câmara de Uberlândia, se apresentou nesta tarde (17); maioria dos presos está em celas individuais no presídio Jacy de Assis
O núcleo regional do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Uberlândia dá continuidade aos depoimentos com os vereadores que foram presos temporariamente durante as operações Má Impressão e Guardião. Até o início da tarde desta terça-feira (17), já tinham sido ouvidos seis parlamentares e três empresários do setor gráfico.

O primeiro vice-presidente da Câmara Vilmar Resende (PSB), que estava foragido, se apresentou na sede do Ministério Público Estadual (MPE) nesta tarde. Não há informações se ele prestará depoimento ou se será conduzido direto ao presídio.

De acordo com o promotor de Justiça Daniel Marotta Martinez, além da Dra Jussara e Flavia Carvalho, foram ouvidos Doca Mastroiano (PL), Roger Dantas (Patriota), Pâmela Volp (PP) e Ricardo Santos (PP). “Foram ouvidos alguns vereadores e nós iniciamos as oitivas dos proprietários de gráficas. Nós vamos prosseguir com essas oitivas primeiramente dos presos temporários e posteriormente daqueles que tiveram a prisão preventiva decretada”, comentou.

Marotta disse ainda que os que foram ouvidos negaram desvios, no entanto, não prestaram informações ou justificativas convincentes que comprovassem os gastos, sendo que a maioria afirmou que pagou as gráficas com dinheiro em espécie. Em razão disso, eles seguiram para o presídio Professor Jacy de Assis e os promotores vão analisar documentação apresentada pela defesa para saber se arquivará as investigações em relação aos investigados, se procederá com a denúncia para que respondam criminalmente ou ainda solicitará aplicação de medidas cautelares à prisão como ocorreu com a vereadora Jussara.

Devido ao estado de saúde da legisladora e ao da mãe que, segundo a Promotoria teria sido informado que ela seria responsável pelos cuidados, foi concedida conversão da prisão temporária em domiciliar.

Ainda hoje, deverá ser solicitado o uso de tornozeleira eletrônica à vereadora que, embora tenha negado qualquer infração penal, o MPE aponta inconsistência grave nas notas fiscais emitidas para ela. Na casa dela, os militares encontraram mais de R$ 1 milhão em espécie. Durante coletiva à imprensa nesta segunda, o promotor esclareceu a apreensão.

“A Dra. Jussara é médica, então ela vai ter a oportunidade de explicar [a origem do dinheiro]. Nós não vamos fazer nenhuma afirmação antes de apurar os fatos”, comentou.


RENÚNCIA
Flavia Carvalho foi a primeira vereadora a prestar depoimento no MP e, ainda nesta segunda, celebrou acordo de não-persecução penal para ressarcir os cofres públicos e renunciar ao cargo na Câmara. De acordo com o MP, ela admitiu ter feito uso de parte da verba em desacordo com a legislação, mas disse que não recebeu qualquer benefício em razão dos valores.

O primeiro suplente, Murilo Ferreira Alves, foi expulso do PDT e está sem partido. Há um entendimento nos bastidores do Legislativo que ele não teria direito a assumir em virtude disso, sendo que o segundo suplente se trata do professor Edilson José Graciolli, que teve 1.887 votos. Contudo, o vereador conversou com o Diário e esclareceu que o fato de ter sido expulso não desabona o direito à cadeira e que, juridicamente, ele seria o próximo titular da vaga.

Questionado sobre o interesse de tomar posse, Alves disse que ainda está pensando e que aguarda a notificação oficial por parte da Câmara para só depois tomar a decisão.

Ela é a segunda vereadora da cidade a renunciar desde que o Gaeco começou a investigar esquemas de corrupção no Legislativo Municipal. No mês passado, Ismar Prado (PMB) também celebrou acordo semelhante para ressarcir os cofres públicos.

PRISÃO
Dos presos temporários e preventivos, Paulo César PC e Felipe Felps (PSB) se encontram em sala especial diante da confirmação de registro de ambos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os demais vereadores, segundo a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), estão detidos em celas comuns, porém individuais.

A Seap havia informado que constava no sistema o nome do vereador Isac Cruz na sala da OAB, mas a Vara de Execuções Penais da comarca de Uberlândia informou, no final da tarde, que na verdade se trata de Felps. Cruz, segundo os dados da Justiça Eleitoral, não tem ensino superior. Veja a situação dos investigados abaixo.

Alexandre Nogueira (PSD) - preso preventivamente com dois mandados de prisão
Ceará (PSC) – preso temporariamente
Doca Mastroiano (PL) – preso temporariamente
Felipe Felps (PSB) – preso temporariamente
Dra. Flavia Carvalho (PDT) – celebrou acordo e foi liberada
Hélio Ferraz-Baiano (PSDB) - preso preventivamente com dois mandados de prisão
Isac Cruz (Republicanos) - preso temporariamente
Juliano Modesto (suspenso do SD) - preso preventivamente com dois mandados de prisão e já estava preso desde a operação Torre de Babel, no dia 15 de outubro
Dra Jussara (PSB) – em prisão domiciliar
Marcio Nobre (PSD) – preso temporariamente
Pâmela Volp (PP) – presa temporariamente
Paulo César-PC (SD) – preso temporariamente
Ricardo Santos (PP) – preso temporariamente
Rodi Borges (PL) – preso temporariamente
Roger Dantas (Patriota) – preso temporariamente
Ronaldo Alves (PSC) – preso temporariamente
Silésio Miranda (PT) – preso temporariamente
Vico (Cidadania) – preso temporariamente
Vilmar Resende (PSB) – preso temporariamente após se entregar ao MP
Wender Marques (PSB) – preso temporariamente
Marcelo Cunha (sem partido) – preso temporariamente


Máteria publicada pelo site Diário de Uberlândia na data 17/12/2019.