Acompanhe abaixo a matéria do site G1 do dia 07/02/2017.
Servidores manifestam em frente à Prefeitura de Uberlândia
Profissionais de vários setores pedem por salário e melhores condições.
Professores paralisaram aulas; prefeito se reuniu com comissão.
Servidores municipais de várias secretarias de Uberlândia manifestaram no Centro Administrativo Municipal, na manhã desta terça-feira (7). Entre eles estão professores que iriam iniciar o ano letivo, mas paralisaram as atividades em várias escolas por falta de pagamento do salário de dezembro.
Outras reivindicações são pelo pagamento do restante do 13°, férias e acerto no caso de contratados. Os servidores levaram cartazes, apitos e gritavam palavras de ordem. Ainda durante esta manhã, o prefeito Odelmo Leão e vereadores se reúnem com uma comissão composta por oito servidores para discutir os temas.
O professor Ronaldo Pereira é integrante de uma comissão que foi criada pelos servidores e disse que o ato só termina depois que o prefeito informar uma data para o pagamento do salário atrasado.
“Fizemos paralisação para sensibilizar o prefeito de que nós precisamos dos nossos salários. Ele nos recebeu em janeiro e disse que reconhece a dívida, mas não tem previsão de pagamento. Têm servidores que estão em situação precária, alguns passando fome, com água e luz cortadas e sem nenhuma perspectiva de recebimento”, disse.
Ele contou, ainda, que muitas escolas não tiveram aula nesta segunda, primeiro dia letivo do ano, pois outros colegas aderiram à paralisação. "Tenho vergonha de chegar para meus alunos e falar que não vou dar aula porque não recebi meu salário. Nós tomamos consciência de que precisamos nos reunir e fazer o prefeito entender nossa situação”, afirmou.
A técnica em enfermagem Luciana Francisco Vieira também participa da manifestação. Ela contou que, além da exigência pelos salários atrasados, muitos colegas pedem por melhorias no ambiente de trabalho. “Precisamos de melhores condições, como vamos dar atendimento digno para os pacientes sem ter materiais de trabalho”, questionou.
Escolas municipais aderem ao movimento
O ano letivo nas em 118 escolas municipais inicia nesta terça-feira (7). Contudo, em algumas unidades, como na Escola Municipal Afrânio Rodrigues da Cunha, os professores aderiram à paralisação e não houve aula. Um cartaz foi colocado em frente ao portão da escola avisando que não haveria aula em nenhum dos turnos pelo não pagamento de dezembro.
A Escola Municipal Professora Gláucia Santos Monteiro, no Bairro Lagoinha, aderiu parcialmente à paralisação e recebeu alunos mesmo com poucos servidores trabalhando. Entre os profissionais da escola que aderiram ao movimento está a auxiliar de serviços gerais, Sirlei Soares, que trabalha há sete anos no Município e se emocionou ao relatar a situação ao G1.
“Nossa situação é muito crítica porque recebemos uma miséria de salário e é impossível sobreviver com apenas R$ 900 por 60 ou 90 dias. Nós temos contas para pagar, ajudamos colegas com cesta básica porque estavam passando fome e eu tive que abandonar a faculdade porque não tenho dinheiro e cabeça para estudar", contou.
Manifestação se estendeu à Câmara
O encontro iniciou por volta das 9h e, em seguida, parte dos manifestantes ocupou a galeria superior da Câmara Municipal para participar da sessão ordinária e pedir apoio dos vereadores. Foi formada uma comissão com cinco vereadores (Carrijo, PC, Flávia Carvalho, Pâmella Volp e Pastor Átila) para acompanhar a reunião junto aos servidores da comissão.
A 2ª sessão ordinária foi suspensa primeiramente por cinco minutos e depois por mais dez, uma vez que os servidores se manifestavam durante a fala do presidente da Casa, Alexandre Nogueira. Quando a reunião foi retomada, vários servidores tiveram direito à palavra e expuseram os descontentamentos no plenário.
Acompanhe abaixo a reportagem da TV Vitoriosa.