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Gilmar Machado nega acusações de má gestão no Ipremu em Uberlândia

 

Confira abaixo a matéria realizada pelo site G1 no di a 10/03/2017.

 

Gilmar Machado nega acusações de má gestão no Ipremu em Uberlândia

Odelmo diz que Ipremu está 'quebrado' devido a aplicações irresponsáveis.
Ex-prefeito rebateu questão e alegou lucro; MP apura o caso.

 

O ex-prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado, concedeu coletiva na tarde desta sexta-feira (10) para rebater as acusações sobre a situação financeira do Instituto de Previdência Municipal de Uberlândia (Ipremu) feitas por Odelmo Leão na última segunda (6).

Gilmar, que atualmente atua como professor em uma escola estadual da cidade, negou má gestão no instituto entre 2013 a 2016 e disse que assumiu o Ipremu com R$ 380 milhões e entregou com R$ 630 milhões positivos.

O ex-diretor do Ipremu, Marcos Botelho, também participou da entrevista e disse que diferente do que foi passado pela atual gestão municipal, os fundos investidos com o recurso do instituto não deram prejuízo de quase R$ 95 milhões e sim lucro de R$ 80 milhões ao longo dos quatro anos em que esteve na direção.

Com 30 anos de existência, o Ipremu é uma instituição com personalidade jurídica de direito público, integrante da administração indireta do município, com autonomia administrativa e financeira que tem a responsabilidade de executar a política de Previdência e Assistência dos Servidores.

De acordo com a Prefeitura de Uberlândia, 12 mil servidores contribuem com o Ipremu e 3.500 são aposentados e pensionistas da instituição. Gilmar disse que a folha mensal para pagar servidores aposentados e pensionistas é de cerca de R$ 6 milhões.

 

Fundos de alto risco e taxas de administração

Para a imprensa, Odelmo disse esta semana que na gestão de Gilmar o Ipremu tinha R$ 340 milhões alocados em fundos de risco, com altas taxas de administração, sem garantias e sem liquidez, ou seja, se esses recursos forem retirados, podem perder quase metade do valor.

O ex-prefeito e atualmente professor confirmou que 53% do recurso do Ipremu está investido em fundos, no entanto, negou que sejam fundos de risco e que muitos destes fundos trabalham em títulos públicos, que são seguros e autorizados pelo Ministério da Previdência.

"Fizemos investimentos na Caixa e no Banco do Brasil. Se rendia pouco a gente remanejava pelo próprio banco para acompanhar o mercado e isso tudo sob orientação de consultoria. São taxas de mercado e variam, mas nenhuma é alta de 6% igual eles disseram e mesmo com a taxa da rentabilidade", garantiu Gilmar.

 

Investigação

O atual prefeito falou que acionou o Ministério Público (MP) e a Justiça Federal pedindo bloqueios de investimento, a Polícia Federal (PF) e o Tribunal de Contas de Minas Gerais (TJMG) para tratar das questões do Ipremu.

Gilmar confirmou que foi acionado pelo MP sobre o caso e está dentro do prazo para passar esclarecimentos ao órgão. Além disso, disse que responde ao Tribunal de Contas sobre a dívida deixada no município pela gestão que exerceu. O ex-prefeito também comentou que  ainda que não foi procurado pela PF e pela Justiça Federal.

"Nos últimos dois meses tivemos problemas de repasse de verba e estamos respondendo uma ação, dando informações sobre o que ocorreu. Esta questão está contabilizada. Eles podem entrar nas ações que quiserem, mas o que não da é pra falar mentira", ressaltou Machado.

 

Déficit atuarial

O déficit atuarial é o registro da diferença entre os bens e direitos e as obrigações apuradas no final de um registro contábil. Segundo Odelmo Leão, houve aumento do déficit atuarial do instituto em R$ 1,3 bilhão e que em quatro anos esse saldo saiu de R$ 890 milhões para R$ 2,2 bilhões.

Já conforme o ex-gestor municipal, a evolução do déficit é normal no mercado, uma vez que o servidor aposenta a cada e ano e que o salário também aumenta, mas a forma que está não prejudica a saúde financeira futura do instituto.

 

Investimentos em fundos  

Segundo Odelmo, durante a administração anterior essas aplicações em fundo de risco deram prejuízo. Uma delas, apresentada na coletiva, foi a FIP Mezanino Marine Naval - que quebrou, e a Churrascaria Porcão, restaurante tradicional no Rio de Janeiro.

O ex-prefeito assumiu que investiu na FIP Mezanino Marine Naval, no entanto, o lucro das demais cobriram o prejuízo. Sobre a Churrascaria Porcão, Gilmar disse que desconhece qualquer investimento nos fundos deste restaurante tradicional no Rio de Janeiro.

 

Ministério da Previdência

Esta semana o atual prefeito também disse que o município perdeu o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP), concedido pelo Ministério da Previdência, que impede a Prefeitura de receber algumas verbas federais devidos aos problemas no Ipremu.

Já Gilmar alegou que a CRP é renovada a cada semestre e que perdeu a validade no dia 1º de março de 2017, ou seja, a responsabilidade de renovar é da atual gestão. O G1 entrou em contato com o Ministério da Previdência sobre a questão e aguarda retorno.

 

 

Futuro do servidor

Por fim, Odelmo Leão disse durante coletiva de imprensa para os jornalistas que o Ipremu está "quebrado", que o dinheiro do servidor de Uberlândia foi aplicado de maneira irresponsável e que uma consequência disso poderia ser o aumento da contribuição previdenciária.

Para Gilmar Machado, a gestão financeira do instituto está saudável e o futuro do servidor não foi comprometido. "Garanto que da forma que foi investido não teve danos ao servidor. Cada gestor determina sobre o aumento da contribuição previdência. Na minha gestão não teve aumento, agora o Odelmo que define sobre isso", finalizou.