Na tarde da última segunda-feira (12), o ex-prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado, prestou depoimento na CPI do IPREMU, instaurada pela Câmara dos Vereadores para investigar irregularidades financeiras no órgão.
A sessão, que iniciou pontualmente às 15h, começou com o depoimento do gerente regional da Caixa Econômica Federal, Gilmar Pereira Passos. Ele afirmou que em 2013, o IPREMU tinha 79% dos recursos aplicados na Caixa. E que na gestão do ex-prefeito, o investimento caiu para a faixa de 54%.
O gerente ainda disse que ligou para Gilmar Machado, e o orientou para que não retirasse os investimentos do banco. O ex-prefeito confirmou que recebeu a ligação, mas disse que não quis inferir nas decisões do ex-superintendente do órgão, Marcos Botelho. “Desde que assumi, nós mudamos o contrato com a Caixa Econômica Federal. A Caixa insistia para que eu continuasse a fazer interferência nas aplicações do fundo, já que o prefeito anterior fazia”, explicou Machado.
Gilmar Machado aproveitou a ocasião para fazer denúncias contra a administração anterior, que era chefiada pelo atual prefeito, Odelmo Leão.
Segundo Machado, o IPREMU manteve 12 bilhões de reais em aplicações no banco Safra. Mas que a agência escolhida pelo superintendente da gestão anterior a de Marcos Botelho foi, coincidentemente, a mesma em que sua filha trabalhava.
“Está aqui o contrato assinado pela gestão anterior, que o prefeito assinou, interferindo nas aplicações do IPREMU, desviando 23 milhões de reais e transferindo para a conta da prefeitura. Isso justifica o prejuízo que tivemos no primeiro ano do nosso governo”, disse o ex-prefeito.
Machado também afirmou que não compactua com a contratação de escritórios de advocacia ou bancos em que pessoas ligadas ao poder público trabalham. “Quando assumi a prefeitura, convidei o Marcos Botelho para que pudesse administrar e dirigir o IPREMU. E ele tinha autonomia para montar sua equipe. E duas coisas eu pedi a ele: primeiro, que ele não fizesse aplicação onde suas filhas fossem gerentes; e que ele não contratasse escritórios de advocacias em que suas filhas trabalhassem”, afirmou.
Gilmar Machado e o presidente da comissão, o vereador Wilson Pinheiro, começaram a discutir, e o microfone do ex-prefeito acabou sendo desligado. Ainda assim, Machado respondeu a Pinheiro que não se sentia intimidado.
Quando perguntado pela reportagem da TV Vitoriosa se já se sentiu ameaçado pelo vereador, Machado apenas disse: “lutas sindicais antigas, ele sabe”. Posteriormente, a vereadora Michele Bretas pediu desculpas ao ex-prefeito pelo ocorrido.
Após a reunião, a comissão decidiu que não será preciso escutar mais nenhuma testemunha. A data de encerramento da CPI venceria no dia 9 de julho, mas o relator já pediu a prorrogação o prazo, que será analisado.
Fonte: Site G1
Data: 13/06/2017