Documento foi lido e aprovado por membros da comissão durante sessão desta segunda-feira (7) na Câmara Municipal.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pela Câmara Municipal para apurar aplicações do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Uberlândia (Ipremu) em fundos de investimento de risco concluiu o relatório das investigações. O parecer final foi lido e aprovado pelos membros durante a sessão ordinária desta segunda-feira (7) na Câmara Municipal.
O documento aponta irregularidades na conduta do ex-superintendente do Ipremu, Marcos Botelho, da então Diretora Administrativa Financeira e ex-membro do Comitê de Investimentos, Mônica Resende Silva, e também do ex-prefeito Gilmar Machado por atos de improbidade administrativa.
O ex-prefeito informou que não foi notificado quanto ao relatório final da apuração da situação do Ipremu e, assim que tiver acesso ao documento, irá se pronunciar sobre o assunto. Gilmar Machado reafirmou que a gestão do Ipremu foi feita de forma transparente e eficiente e, como anteriormente, continua à disposição dos vereadores para qualquer esclarecimento. O G1 não conseguiu contato com os outros citados.
Conclusões da CPI
De acordo com o relatório da CPI, ficou comprovada a ilegalidade em diversos investimentos feitos em fundos considerados de alto risco, durante a gestão de 2013 a 2016, uma vez que as aplicações foram feitas sem a devida qualificação de "investidor qualificado ou profissional" conforme previsto em lei.
Do total das aplicações efetuadas entre 2013 e 2016 (R$ 630.497.591,32), cerca de R$ 348,6 milhões estão alocados em mais de 20 fundos de investimento e, desses, já houve perda total ou parcial dos recursos.
Outro ponto destacado no relatório foi a destituição dos servidores de carreira do Comitê de Investimentos, no fim de 2013, para a composição do novo comitê formado pelo ex-superintendente e outros membros escolhidos por ele. Dessa forma, as aplicações que tinham manifestação contrária dos antigos membros passaram a ser autorizadas. Em outras ocasiões, as aplicações eram feitas mesmo com a recomendação de cautela do comitê.
Com a conclusão das investigações, a comissão recomenda o ajuizamento de ações nas esferas cível e criminal por parte dos órgãos competentes a fim de responsabilizar os citados.
"A CPI agora faz uma recomendação aos demais órgãos que nós vamos encaminhar, como a Polícia Federal e o Ministério Público Estadual, para que analisem todos os documentos e punam os responsáveis", comentou o relator e vereador Juliano Modesto.
As cópias do relatório e documentos periciados também serão enviadas à Procuradoria de Crimes Praticados por Agentes Públicos em Belo Horizonte e Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG).
Entenda
Fonte: Site G1.
Data: 07/08/2017